COMEMORAÇÃO
Crianças fazem passeio por pontos culturais de Cuiabá e conhecem história da capital
O passeio fez parte do lançamento do projeto Por Dentro da Capital e foi acompanhado do presidente da Casa e pelo professor Moisés Martins
Um passeio marcado por emoção, história, cultura, curiosidades, lendas e lembranças. A concretização do aprendizado é como se define a experiência vivida pelos alunos do 3º ano da Escola Municipal Octacílio Sebastião da Cruz, do bairro CPA III, que participaram da primeira edição do Por Dentro da Capital – Rumo aos 300 Anos – e foram acompanhados do presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, deputado Eduardo Botelho (PSB), e do professor Moisés Martins, durante um passeio pelos pontos turístico, histórico e cultural de Cuiabá.
As crianças saíram da sede da Assembleia por das 7h30 e durante o trajeto até o Centro Histórico elas puderam conhecer um pouco mais sobre os pontos que seriam visitados, por meio da história contada pelo professor Moisés Martins, que muito emocionado, destacou ser esta a primeira vez que ele assiste uma autoridade se disponibilizar a ir com as crianças apresentar a cidade de Cuiabá.
A visita iniciou pela Catedral Basílica Senhor Bom Jesus de Cuiabá e depois seguida para o Palácio da Instrução onde atualmente funciona Biblioteca Pública Estadual Estevão de Mendonça. Em frente foi visto ainda o Museu Histórico, onde já funcionou o Thesouro do Estado.
Durante o passeio, o deputado relembrou sua infância e contou para as crianças um pouco de suas aventuras como vendedor de bala, de jornal e até engraxate naquela região central na década de 70. Botelho lembra até mesmo da demolição da Igreja Matriz que ocorreu em 1968. “Quando derrubou a igreja eu estava aqui, colocaram alguns tapumes”.
O parlamentar também falou da importância que teve a biblioteca pública em sua vida. “Hoje os alunos quase não usam mais a biblioteca, mas eu usava muito. Eu não tinha condições de comprar os livros, então vinha para a biblioteca estudar”, relatou.
Os alunos foram visitar também o Centro Geodésico da América do Sul, localizado na sede da Câmara Municipal de Cuiabá. O professor Moisés contou que os cálculos das coordenadas do marco foram feitos por Marechal Cândido Rondon. Lembrou-se ainda que no prédio já funcionou a sede da Assembleia antes de mudar para o Centro Político Administrativo.
A diretora da escola, Antonina Sebastiana de Almeida, disse que o passeio foi um presente dado aos alunos e veio coincidir com o ensino dos alunos. Ela contou que as professoras havia passado uma atividade sobre as igrejas e praças de Cuiabá, mas as crianças estavam aprendendo por meio de livros e fotos.
“Hoje é a concretização do que eles viram em sala de aula por fotos e vídeos. É a efetivação do aprendizado. Porque é a prática, o vivenciar, o olhar que faz a aprendizagem ser significativa”, explicou.
Os alunos ainda puderam visitar a orla do Porto, que recentemente foi revitalizada. O professor Moisés contou um pouco sobre a história do bairro que já foi lugar de comércio, utilizado para a chegada de barcos com mercadorias, e depois também para a vida noturna, porém, depois ficou por um tempo abandonado, e agora volta a ser palco de visita da população cuiabana.
Botelho contou que sua primeira casa quando chegou em Cuiabá, no final da década de 60, foi na região do Porto e lembrou que teve a oportunidade de viver ali numa época em que a região era movimentada. São boas as lembranças da região. O deputado ainda fez um breve passeio pela orla ao lado das crianças que ficaram encantadas com a decoração do local.
Para encerrar o passeio, os alunos foram até a Igreja do Rosário e São Benedito, uma das mais antigas da capital, tanto que ela comemorará seus 300 anos daqui 22 anos. Onde a igreja foi construída era a maior mina de ouro de Cuiabá explorada na época por Miguel Sutil. O padre Marco Antônio recebeu as crianças e proferiu a benção. No local, o irmão do presidente da Assembleia, o ex-deputado Luiz Marinho, o esperava. A banda da Polícia Militar fez uma apresentação.
Durante o trajeto, as crianças puderam fazer perguntas ao deputado e quiseram saber, por exemplo, qual sua lenda favorita. Botelho contou que é a do Minhocão do Parí. Com isso, professor Moisés aproveitou para falar mais sobre outras lendas como a do Neguinho D’Água, Alavanca de Ouro e sobre a Pedra 21.
Os alunos ainda quiseram saber onde Botelho nasceu, porque entrou para política e onde estudou. O parlamentar contou ter nascido em Nossa Senhora do Livramento, onde os que lá nascem são conhecidos por papa banana, o que gerou a curiosidade da jovem Liandra Lemos de Arruda e logo perguntou: “por que papa banana?”.
Muito espontaneamente, o deputado contou que lá no município produzia-se muita banana, seu pai mesmo plantava a fruta, e por isso ficou conhecido como “papa banana”. Botelho respondeu as outras perguntas e comentou ter entrado para a política por ter vontade de ajudar as pessoas.
O passeio terminou na Assembleia Legislativa onde foi servido um café da manhã regional com suco de caju, bolo de arroz e pão de queijo. O pastor André Cristiano abençoou o evento. Ao todo 24 alunos participaram do tour pela capital e receberam um certificado pela presença.
Para a maioria delas esta foi a primeira vez que tiveram a oportunidade de visitar os pontos turísticos de Cuiabá a exemplo de Luiza Marcieli, de 8 anos. O que ela mais gostou foi das visitas às igrejas, por serem históricas e agora vai contar em casa as lendas que aprendeu, além das perguntas que foram feitas ao deputado.
“Aprendi muita coisa legal de Cuiabá, como a história do minhocão, lendas e também as perguntas para o deputado. Esta foi a primeira vez que visitei estes lugares e gostei muito”.
POR DENTRO DA CAPITAL
O projeto Por Dentro da Capital foi lançado oficialmente nesta quinta-feira (6) em comemoração ao aniversário de 298 anos de Cuiabá e foi uma iniciativa do presidente da Assembleia. A ideia é levar conhecimento cultural às crianças e valorizar a educação, além de aproximar o Parlamento da sociedade. Além do mais, o deputado ressalta que as crianças são o futuro da geração e é importante formar cidadãos conscientes.
“Nós temos que deixar nossa história viva. Não podemos deixar nossa história morrer. É uma emoção sair com o professor contando a história de Cuiabá, eu revivendo minha história, e vamos fazer isso mais vezes, vamos fomentar a nossa história, viver nossa cultura. Vamos fazer isso mais vezes e levar nossa cultura para escola”, finalizou.