PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO

Botelho debate com professores da UFMT medidas de proteção do Pantanal

Cientistas do Centro de Biologia foram convidados a integrar comissão mista que buscará ações de combate às queimadas no bioma

Em reunião nesta quarta-feira (23), na antessala do Plenário das Deliberações Deputado Renê Barbour, na Assembleia Legislativa – ALMT, com os professores da Universidade Federal de Mato Grosso – UFMT, Viviane Layme (Ecologia de Mamíferos), João Batista Pinho (Ecologia de Aves) e Jerry Penha, do Centro de Biodiversidade – Instituto de Biociências, o presidente da ALMT, deputado Eduardo Botelho (DEM), falou sobre a importância do trabalho integrado para ações que ajudem a proteger o Pantanal mato-grossense, bioma fortemente afetado nos últimos meses pelas queimadas.

A ALMT já prepara a formação de uma comissão mista para tratar sobre o assunto. O resultado desse trabalho deverá subsidiar na criação do Estatuto do Pantanal, numa ação conjunta com a Comissão Externa do Senado Federal e Câmara Federal.

Botelho lembrou os inúmeros questionamentos que envolvem o bioma e sua preservação. “Temos que implementar mecanismos para que essas queimadas não ocorram mais, que fiquem no passado. Para isso, temos que atuar em conjunto para saber quais as precauções que devemos tomar; os sinais de alerta; verificar sobre a expansão da criação de gado, pois economicamente é importante, mas temos que saber se é importante ao meio ambiente. Por isso, gostaria que participassem daqui pra frente dessas discussões”, explicou Botelho, ao convidar os cientistas a participarem da elaboração do plano de ação em benefício do Pantanal.

Na oportunidade, os professores manifestaram a apoio e a necessidade de se fazer um diagnóstico com base científica e de levantar investimentos. Eles entregaram um requerimento à Botelho, que solicita para a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso – Fapemat, de maneira imediata, financiamento de estudos científicos sobre os efeitos dos recentes incêndios florestais no Pantanal, visando aumentar a capacidade de Mato Grosso de promover a recuperação dos sistemas biológicos afetados por esse tipo de desastre ambiental. O documento foi encaminhado à Comissão de Meio ambiente da ALMT para análise.

“Apenas com informações científicas de qualidade será possível encontrar respostas e delinear ações de manejo visando conciliar a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade socioeconômica das atividades desenvolvidas no Pantanal”, diz trecho do requerimento.

PREJUIZOS – De acordo com os professores, os incêndios que devastam o Pantanal já consumiram cerca de 3 milhões de hectares da sua área no Brasil. Apontam que os impactos imediatos dessa tragédia são: incontáveis invertebrados e vertebrados mortos, outros milhares com ferimentos e sequelas, eliminação da cobertura vegetal, além dos impactos não tão evidentes, mas que afetarão o funcionamento do ecossistema, como a eliminação do banco de sementes e possível esterilização e desmineralização dos solos, em áreas onde o fogo atingiu temperaturas muito elevadas, ou atuou por mais tempo.

Destacam também, conforme o requerimento, a ruptura estrutural e funcional do ecossistema pantaneiro, que afetará sua capacidade de oferecer serviços, a exemplo do turismo de observação de onças, que demandará tempo para se reerguer e é uma atividade que gera milhares de dólares para a região, segundo estudos desenvolvidos por docentes do Programa de Pós-Graduação em Ecologia e Conservação da Biodiversidade – PPG/ECB. Também questionam quais os impactos no turismo de observação de aves e de outros elementos da fauna, bem como os impactos na pesca e na segurança alimentar de milhares de famílias que dependem da pesca como única fonte de nutrientes e proteínas nas suas refeições diárias.

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