ECONOMIA AGRO

Botelho discutirá armazenamento e moratória da soja na ALMT

“Botelho tem se mostrado parceiro do setor produtivo, compreendendo a base dos associados, que inclui pequenos produtores”, diz Cadore, pres. da Aprosoja

A falta de espaço para armazenagem de grãos nas propriedades rurais e a moratória da soja, foram alguns dos problemas apresentados, nesta semana, pelos representantes do setor produtivo para o deputado Eduardo Botelho, presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Hoje, é possível armazenar apenas metade da safra produzida no Estado. Isso significa que mais de 40 milhões de toneladas de milho e soja são exportados por falta de estoque.

Na ALMT, Botelho faz compromisso de debater as reivindicações dos produtores e entidades do setor

Atento à situação, Eduardo Botelho, afirmou ampliar o debate no legislativo estadual e acompanhar, por meio de pesquisas e estudos técnicos, as pautas que afligem a economia do agronegócio. “Armazenar grãos em Mato Grosso é um problema sério. A produção tem sido muito maior do que a capacidade de armazenamento. Mas outros temas também necessitam de soluções, entre elas, a moratória da soja, que é muito prejudicial para os pequenos agricultores que cumprem o código florestal. Vamos ampliar essas discussões, aprofundar estudos e chamar os deputados para ajudar a resolver essas questões”, destaca o presidente da Casa de Leis.

A estimativa da safra de grãos para 2022/2023 ficou na casa dos 87,87 milhões de toneladas, segundo o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Os números mostram crescimento, no entanto, segundo presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Fernando Cadore, o cenário é preocupante. “Mato Grosso é um grande produtor de cereais, mas não tem onde armazenar tudo isso. Por isso, viemos pedir que o deputado Botelho nos ajude a cobrar uma política pública federal, que de fato, vire um programa que solucione o déficit mato-grossense”.

Presidente da Aprosoja-MT, Fernando Cadore, diz que Botelho compreende as necessidades do segmento

Fernando Cadore ressaltou que Botelho “tem se mostrado um parceiro do setor, compreendendo a dinâmica da formação da base dos nossos associados, que também inclui os pequenos produtores e esse amparo governamental contribui muito”.  De acordo com ele, o mundo recomenda que o país que cultiva “tenha 1.2 vezes a capacidade de armazenar o que produz, porém Mato Grosso só tem capacidade para armazenar a metade. Além disso, temos que atestar a produção sustentável do Estado, somos cobrados, mas trabalhamos em menos de 13% do território, produzindo mais do que um país”, frisa o presidente da Aprosoja-MT.

Na oportunidade, os interesses internacionais não ficaram de fora da conversa com o deputado. Ilson José Redivo, produtor rural no Norte do Estado e presidente da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato), explicou que por força de um acordo firmado entre as maiores tradings do mercado, a moratória da soja, o grão produzido no estado, especialmente nos municípios do norte, em que a conversão de área tenha ocorrido após julho de 2008, mesmo respeitando o Código Florestal e possuindo as licenças ambientais, não são diretamente adquiridos por essas empresas. Uma organização de mercado que restringe o desenvolvimento econômico de muitos dos nossos municípios e que conta com a coordenação da Associação Brasileira das Indústrias de óleos Vegetais (Abiove).

Limitar a comercialização é um desafio para o setor, e deve preocupar o o Poder Público em virtude dos impactos sociais negativos que causa. “Essa aproximação é muito importante com Botelho, pois discutimos aqui, o engessamento da principal atividade econômica do Estado. A moratória da soja, por exemplo, é contra a legislação brasileira, uma vez que, seguimos fielmente o código florestal. Ele nos permite abrir 20% das nossas áreas, só que a Abiove tem essa restrição. É um problema que tem que ser levantado em nível nacional. Não podemos ser reféns de interesses internacionais para atingir a produção brasileira”, ressalta o vice-presidente da Famato, ao acrescentar que o Brasil incomoda em nível mundial, gerando tais reações.